quarta-feira, 17 de junho de 2015

Leitores de hoje querem sempre a mesma coisa

Na segunda-feira, durante a noite, eu estava terminando de ler alguns conteúdos para postar aqui no blog. Contudo, ontem pela manhã me deparei com a coluna do Dr. Luli Radfahrer, professor de Comunicação Digital da ECA da USP.

O título da postagem de hoje é "Nunca se leu tanto sobre tão pouco" e discorre sobre a falta de profundidade dos livros atuais, assim como a mesmice evidente.

Quanto a isso, creio que temos que concordar. Se lançarem um livro chamado "Os lobisomens filósofos" e ele fizer sucesso, pode ter certeza que daqui alguns meses "Lobos sábios" estará sendo publicado pela editora concorrente. (Okay, exagerei).

Sobre lobisomens ou não, muitos escritores querem dizer algo como "Ei! Você gostou daquele livro? Olha aqui, ó: o meu também fala disso e o titulo é o máximo." Esse comportamento é motivado pela falta de coragem dos leitores que temem sair de sua zona de conforto.

Mas quando o colunista em questão cita Harry Potter, O Senhor dos Anéis e Crônicas de Gelo e Fogo como exemplos da baixa qualidade que critíca, parei de concordar com ele. Vejamos:

Nessas e em várias outras obras contemporâneas, as histórias acontecem em construções artificiais, aparentemente reais, verossímeis, distantes, sem autoconsciência, crítica social, ironia ou questionamento. Réplicas de réplicas de réplicas, seus universos têm cada vez menos conteúdo, por mais que sejam cada vez mais ricos em objetos.

Em primeiro lugar, eu discordo porque essas obras possuem sim, crítica social e questionamento. Talvez, de forma mais acessível ao grande público do que os clássicos, e isso por motivos óbvios. Mas será mesmo que posso considerar O Senhor dos Anéis algo contemporâneo? Não sei.

You Know Nothing, Radfahrer



Sim, os fãs procuram conhecer o máximo sobre o universo de suas obras favoritas, mas isso não significa que ignoram todo o conteúdo crítico. Inclusive, essa busca voraz dos fãs é o que os leva de encontro ao significado da obra.

Em segundo lugar, como eu, um leitor de obras clássicas que iniciei meu prazer pela leitura com Harry Potter, posso desconsiderar a importância delas?

Se o colunista está preocupado com a falta de obras a altura dos clássicos, talvez seja bom sentar. Porém, não se pode dizer com muita convicção que os leitores de hoje não estão preocupados com as sutilezas e conflitos de seus personagens. Apesar dos mundos fantásticos nos encantarem, são as tramas pessoais que nos instigam.

Tire suas próprias conclusões da coluna lendo-a aqui!

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